quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Edna Domenica Merola



Perdemos Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna.
Com eles se vão vozes de diferentes regiões brasileiras. 
Aumentada fica a saudade de Jorge Amado pela perda de Ubaldo. Aumentada fica a saudade de Monteiro Lobato pela perda de Rubem Alves. Aumentada fica a saudade de José Lins do Rego e de Augusto dos Anjos pela perda de Suassuna. 
Sei que por aqui fica um sentimento de orfandade que faz tremer as mãos dos escritores que querem acenar em adeus.
Penso que existe um céu literário (me perdoem os teólogos)... Sei que haverá festa por lá (me perdoem os ateus)... Imagino que lá no alto calam-se direitos autorais (me perdoem os juristas) e concepções estéticas (me perdoem os doutores em Literatura) ... E dessa forma Marta Saré de Guarnieri pode se encontrar livremente com o Chicó de Suassuna (me abençoem os que lutam pelas questões de gênero). E os diálogos entre ela e ele tornarão a felicidade popular, enfim, elevada ao grau de eterna, lá no céu (me perdoem os patrões e demais poderosos exaltados)...
Fecham-se as cortinas aqui porque todas as cenas de todos os atos foram vividas. 
Choro muito nesse momento... Sei que a tristeza se tornará mais amena abrindo os livros e lendo suas obras... Lá estarão suas vozes com seus sotaques baianos, paulistas, paraibanos.
A bênção, minha mãe Pátria: meu pai Brasil! A bênção, que Ubaldo, Rubens e Ariano partiram na direção de Vinícius, passando por Pasárgada pra encontrar Bandeira. A bênção, tantas vozes paternas... Suas almas imensas circularão sempre em nossas veias literárias.