Sofro de paixão pela arte de criar por meio da palavra. Dei-me conta disso quando cursava a faculdade de Letras e percebi que Manuel Bandeira era tão presente em minha vida quanto os amigos e familiares. Tentei sublimar essa paixão desenvolvendo outros papéis como os de professora de Português, pedagoga, psicóloga, psicodramatista, psicoterapeuta, esposa e mãe. Mas continuei apaixonada ... Hoje, sexagenária, continuo apaixonada... Desta feita...
Tributo ao poeta Manuel Bandeira
“Quando a indesejada das gentes chegar”,
Terei
reunião contigo, poeta!
Que
dia glorioso!
Pedirei
licença aos grandes mestres:
tem
lugar na etérea roda literária para uma humilde amante das letras?
E
só serei feliz se Manuel, o bardo, me disser:
–
Podes entrar. Não precisas pedir licença.
Sim,
quero encontrar a tua indescritível Irene.
Encontrar
São Pedro, bonachão.
Vislumbrar
Pasárgada,
ganhar
um porquinho da Índia...
Enfim,
falar contigo, Bandeira,
Estandarte da Literatura Brasileira.
Estandarte da Literatura Brasileira.
Referência
em Reverência
O
que tenho é o que desejo
E
que melhor me enriquece.
Herdei
dinheiros — conservei-os...
Tive
amores — desfrutei-os.
Mas
no maior desespero
Rezei,
pedindo uma prece.
Vi
terras da minha terra.
Por
outras terras andei.
Mas
o que ficou guardado
No
meu olhar ensimesmado,
Foram
terras que inventei.
Por
gostar de alianças:
Só
troquei-as com Romeu:
Unidos
e um filho feito,
Mas
ainda trago no peito
A
Julieta que fui eu.
Criou-me,
desde eu menina
Pra
empreendedora, meu pai.
Foi-se
um dia em ataúde...
Fiz-me
empreendedora?
Não
pude!
Sou
poetisa menor, perdoai!
Não
faço versos de espera.
Não
faço porque não sei.
Mas
num torpedo/missiva
Darei
de bom grado um viva
Pra
vida pela qual sonhei!
REFERÊNCIA
MEROLA,
Edna Domenica. Cora, Coração. Nova Letra. 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário