Num dia de
primavera em que Flora errava pelos campos, o deus do vento, Zéfiro,
viu-a, apaixonou-se por ela e raptou-a.
Zéfiro desposou Flora, logo em seguida
ao rapto, numa linda festa! Foi um casamento inesquecível. Foi lá na Grécia, no monte Olimpo, mas compareceram
personalidades do Império Romano e do mundo antigo inteiro. Zéfiro deu uma
grande prova de amor para Flora: que ela reinasse sobre as flores dos jardins e
também dos campos cultivados.
Como boa fada, Flora
ajudou a deusa Juno a vencer um impasse.
Juno andava irritada com
o nascimento de Minerva, saída espontaneamente da cabeça de Júpiter e queria conceber um filho sem
o auxílio de um elemento masculino.
Juno dirigiu-se a Flora, que lhe deu uma flor
cujo simples contacto era suficiente para fecundar uma mulher.
Foi assim que
Juno, sem se unir a Júpiter, deu à luz a um menino (que foi recebido como um verdadeiro deus!).
Para homenagear a madrinha
Flora, Juno deu-lhe o nome do primeiro mês de Primavera no hemisfério norte
(Marte ou Março).
Flora, assim como eu e outras mulheres temos em nossa multiplicidade inúmeras facetas.
Em
alguns momentos de nossas vidas podemos nos envolver e nos deixar raptar pelo
ser amado e nos deixar cativar por sentimentos apaixonados que suavizam a
luta pela sobrevivência e ampliam a existência... Afinal Zéfiro, na
mitologia grega, é o vento do oeste, ou seja, o mais suave.
Ao longo de nossas vidas essas paixões podem ser também metas, sonhos, empreitas, ideais que incluam mais e mais tipos de benesses.
Como nossas ancestrais podemos nos dedicar à proliferação de boas sementes e expansão da beleza, da harmonia, da renovação. Podemos cuidar do plantio e da fertilidade do solo...
Podemos reproduzir, criar, habitar e preservar o solo... Nossa percepção capta o acaso quando ventos sopram a nos trazer novidades ou a mudar abruptamente o curso de nossas vidas... Somos capazes de aceitar zéfiros e de ajudar junos e junas... Sabemos ser companheiras que (à semelhança do mel) impregnam de doçura o curso de vida de nossos semelhantes.
Somos floras quando somos ricas de potenciais e em nossas mãos passam sementes que vamos distribuindo em nossa caminhada.
Somos floras... quando nossas ideias e ações não saem de nossas cabeças apenas como exercício de repetição de algo impingido por outrem... Somos floras quando criamos com liberdade... Somos floras em nossas criações autênticas (ou primaveris!) que nos renovam infindavelmente...
Referências
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