Coordenação de grupos de trabalho
de produção escrita criativa e de
apreciação de leituras literárias.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
Por favor, tome vacina e esqueça a cloroquina! Edna Domenica Merola
Já mandei você calar a boca. Já disse pra você não chamar ninguém de "maricas", pra não chamar doença mortal de gripezinha! E até escrevi uma ode à Ciência (aquela que você ignora). "Ave Ciência plena, ave! Graças por suas descobertas, graças. Que tua luz clareie sem cegueiras, Ave do céu sem fronteiras, Imunize mandantes da corrupção e da ganância, ave. Vacine-os contra a ignorância, ave! Livrai-nos da manada de porcos que dispara do Planalto Venha por fim aos sem princípios Que retornem os sem fronteiras de antes do golpe. Que esse que fala de gripezinha e marica, Que dizima floresta e maloca Que profere Palavra Louca Que Deus cale a boca dele: sem princípio, agora e sempre. Amém." Na impossibilidade de calar a boca, pode já ir mudando seu discurso, ao menos, falastrão!? E rezei, rezei muito pra você respeitar a fé dos outros: todos os orixás e todas as santas e santos. E os avatares. Orei pedindo pra você aprender a meditar... Achei que você devia fazer um ebó que sua causa foi colocada na boca do sapo e só lhe restava implorar nas sete linhas. Mas não fui assertiva. Errei, sim... na didática. E por conta disso dou a mão à palmatória. Desejo que imite meu ato nobre: o de reconhecer e corrigir um erro. Por isso, menino, vou dizer algo que quero que recite como um mantra: - Por favor tome vacina e esqueça a cloroquina!
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