Elpídio Barbosa foi,
além de um burocrata a serviço da educação, um intelectual que pensava a
educação de seu Estado. Era alguém ligado a políticas públicas e alguém que se
dedicou muito à educação, isso deve ser mencionado. Pode-se discutir o que ele
pensava e formulava em seus artigos e leis para a educação catarinense (fase de
sua vida posterior ao que estabeleço aqui para o presente trabalho), mas não se
pode negar que ele teve um comprometimento com a educação e o seu trabalho,
caso contrário, a não ser a título de puro masoquismo, jamais permaneceria em
profissões similares por mais de 30 anos.
Não se pode negar também que caso ele não gostasse da temática não teria dedicado tanto tempo de serviço a essa função e muitíssimo menos teria gasto, perdido ou mal empregado seu tempo na escrita de artigos, na redação da Revista de Educação, na elaboração de leis, etc. É dito isso para vislumbrar um Elpídio que – senão uma pessoa que compartilhava da representação da época da educação enquanto sustentáculo da nacionalidade, da higiene, da civilidade, da modernização e do progresso da nação brasileira – ao menos uma pessoa que teimava em fazer da educação sua principal dor de cabeça nas horas de serviço. E chegando a essa conclusão essencial do Elpídio que está sua ligação com quem redige o texto.
Obviamente o autor não tem lá idade, gabarito e um emprego voltado à Educação, tanto menos é um burocrata, porém, mesmo assim há uma identificação com o personagem. Não por experiências próprias e vividas, mas por meio da vivência relatada oralmente por outra pessoa: a mãe do autor. Portanto, é de se imaginar que as narrativas, os problemas, as políticas educacionais, e os comentários que rondam o meio de burocratas da educação não estão longe do ouvido de quem escreve. Relatos de acontecimentos do cotidiano: era o que sempre se ouvia.
Não se pode negar também que caso ele não gostasse da temática não teria dedicado tanto tempo de serviço a essa função e muitíssimo menos teria gasto, perdido ou mal empregado seu tempo na escrita de artigos, na redação da Revista de Educação, na elaboração de leis, etc. É dito isso para vislumbrar um Elpídio que – senão uma pessoa que compartilhava da representação da época da educação enquanto sustentáculo da nacionalidade, da higiene, da civilidade, da modernização e do progresso da nação brasileira – ao menos uma pessoa que teimava em fazer da educação sua principal dor de cabeça nas horas de serviço. E chegando a essa conclusão essencial do Elpídio que está sua ligação com quem redige o texto.
Obviamente o autor não tem lá idade, gabarito e um emprego voltado à Educação, tanto menos é um burocrata, porém, mesmo assim há uma identificação com o personagem. Não por experiências próprias e vividas, mas por meio da vivência relatada oralmente por outra pessoa: a mãe do autor. Portanto, é de se imaginar que as narrativas, os problemas, as políticas educacionais, e os comentários que rondam o meio de burocratas da educação não estão longe do ouvido de quem escreve. Relatos de acontecimentos do cotidiano: era o que sempre se ouvia.
Ainda que a maneira de
narrar fosse diferente, a época, em que os dois viveram. A mãe do autor também
não alcançou elevados cargos burocráticos – ela nunca foi secretária da
educação ou algo superior a uma supervisora escolar. Enquanto o cargo inicial do
personagem, tirando a rápida experiência como diretor em Joinville, foi o de
inspetor escolar, que pode ser análogo ao de supervisão escolar – estabelecem-se
as ligações. São experiências que se fazem similares ao que tange ao ato de narrar alguém ‒
e o local de onde suscita a narrativa: o cotidiano burocrático educacional.
Mesmo que ambos tenham tido experiências diferentes quanto ao trabalho, ao
local de atuação (ao contrário de Elpídio, minha mãe executou suas tarefas no Estado
São Paulo) às dores de cabeça, aos
momentos educacionais, às questões educacionais, etc... Evocam ao autor imagens
de sua infância em visitas frequentes entre os gabinetes e aos baixos
burocratas da educação, aguardando ansiosamente para voltar para casa. Entre as
imagens apreendidas pela memória do autor as dos carimbos, das assinaturas e
das leituras atentas aos documentos, hiatos temporais que existem entre a vida,
o cotidiano e os relatos de ambos, mas que de alguma forma se sobrepõem na
mente do pesquisador.
RESUMO DO Trabalho
de Conclusão apresentado ao Curso de História do Centro de Ciências Humanas e
da Educação, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em História pelo aluno F. W. Merola Gentil. A
pesquisa buscou analisar as experiências de um pequeno grupo da
educação, os inspetores escolares. Convergindo, dessa forma, à escala
microscópica, operando sobre um pequeno ponto das transformações ocorridas em âmbito
federal, ocupando este, a priori,
pequeno espaço se vê Elpídio Barbosa (1909-1966). Ele atuou, após a Revolução
de 1930, em diversos cargos nas hierarquias institucionais da educação, fora:
inspetor escolar, coredator da Revista de
Educação e Diretor do Departamento de Educação. Entretanto, o recorte da
pesquisa circunscreve a época em que fora inspetor escolar (1931- 1940) e
redator (1936-1937). E mais enfaticamente como as memórias e experiências do
personagem estavam contidas em seu “2º.Tomo”. O “tomo”, forma como o próprio
dono o nomeou, delineia o cotidiano em um momento de ruptura que foi a
Revolução de 1930. Tal proposta é um recorte da pesquisa Nação e região: políticas para a escrita e o ensino de História nas
décadas de 1930 a 1940, financiada pelo CNPq e coordenada pela professora
Cristiani Bereta da Silva. Palavras-chave: Cultura
escolar, Cultura política, Coleção de si, História intelectual, Elpídio Barbosa.