Quero sobretudo os atos
sem condecoração
Quero sobretudo o
heroísmo calado
Quero sobretudo saber
render-me e não morrer
Nessa grande parada de
emoções,
Desfilam em primeiro
plano minhas angústias
Em seguida, um batalhão
de esperanças,
Segue depois o de
dúvidas,
E após, vem a companhia
de ataque,
E então o pelotão da
sinceridade,
E finalmente o da paz.
Queria ter nascido
poetisa.
Mas não nasci:
‒ Caí de uma estrela.
‒ Que tombo, gente!
Então nasci pra vida...
Machucada.
Agora, caminho por
sobre pedras
sobre
penas
sobre
relva
sobre
flores
sobre
asfalto
Agora, caminho em
direção à vida
E me rendo ao momento
presente
Emudecendo em respeito
à verdade
De
experimentar este instante.
Making of:
Poema dedicado às (aos) brasileiras (os) que sofreram maus-tratos psicológicos durante a ditadura. Refiro ao cerceamento nas liberdades de pensar de forma autônoma, de se expressar, de se reunir, de reivindicar direitos coletivos.
Poema dedicado às (aos) brasileiras (os) que sofreram maus-tratos psicológicos durante a ditadura. Refiro ao cerceamento nas liberdades de pensar de forma autônoma, de se expressar, de se reunir, de reivindicar direitos coletivos.
REFERÊNCIA
MEROLA, E. D. Cora, Coração. Nova Letra, 2010.
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