Déjà vu
Denise Wendhausen
Zumbidos, zambados, zombavam de mim,
enquanto, entre quatro paredes,
combinava roupas de diversas cores....
iluminadas, apagadas, pastéis...
Disfarces acelerados pela cafeína
tão preta quanto a sombra feita, assim,
na imagem na parede, nua de mim.
Entrava num circuito enfurecido de sarar
e fechar os buracos...sucessivos,
estanques e sucessivos
nos quais sibilavam Sibilavam... sssssss ... sis
Combinando com minha blusa mostarda de 1993,
quando comprei uma bota que ainda me servia,
entendi que tudo era velho e novo
e que, com novos contornos, todo dia se abre,
mas sempre com déjá vus:
- Com cheiro de mostarda de 1993.
(Denise Wendhausen)
Jamais vu
Edna Domenica
Curtidos, cortados, calavam em mim,
enquanto, entre quatro paredes,
cultivava cores acamadas, desbotadas
faces apresentadas pela rotina
tão incerta quanto a sombra feita, assim,
na imagem consumada, lua de mim.
Entrara num circuito esquecido do estimar
e fechar os horizontes...sucessivos,
Alegres e expansivos
nos quais ecoavam cantos... Encantos com...
Combinando com minha maternidade dada de 1990,
quando percebi que tudo era belo e doloroso
e que, com novos entornos, todo dia se abria
mas sempre com jamais vus:
– Com cheiro de fralda no pacote.
(Edna Domenica)
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