Antonio Gil Neto apresenta 'ras" de Rosilene Souza
ras
rindo
apanhei-me sozinha. justamente, quando o sol sorrateiramente raiava.
ruminei
atrapalhada de sereno. ao remar arquejante de suor. rosada aspirei de
soslaio.
rejeitando aquele sorvete. raivosa aceitei a sorte e risonha apareci de
surpresa.
rosilene Souza
Rosilene Souza. Mineira,
desenvolve pesquisa nas linguagens artísticas: colagem, escrita criativa,
fotografia e deficiência visual. Investiga o excesso de imagens e escritas
consumidas e produzidas na sociedade. Participa de exposições, feiras e mostras
de Arte. Tem trabalhos artísticos e literários publicados em revistas, livros
(coletâneas “Do corpo ao corpus, organização Edna Merola, 2022”, “Ninguém
escreve por mim”, organização Claudio Carvalho, 2024; catálogos e blogs. Contos
e ilustrações publicados pelo Café Literário Notibras (2025).
Gilberto Motta apresenta "Memórias
auditivas". Texto de Edna Domenica
Certo
dia, ao vasculhar minhas memórias auditivas, coletei ecos das criações de:
Caetano Veloso, Alberto Ribeiro e João de Barro; Francisco Dias Ribeiro e
Antonio Maciel do Espírito Santo; Roberto Carlos; Chico Buarque de Holanda;
Jessé; Cartola; Claude Joseph Rouget de Lisle; Evaristo da Veiga e D Pedro I;
João Donato e Lyrias Ênio. O leitor poderá identificar apenas alguns desses
autores e outros não. Pois desses, só tomei por citação as notas musicais que
acompanham as palavras de suas criações. Confira a seguir:
Quero
compor com você
Qual
cisne branco compõe com a lua
Quero
compor com você
Vou
chafurdar nas suas notas
Que
estavam à toa na brisa
E
recolhi com labor
Para
compor com você
Ei,
ei, galera, que em noite apagada,
Fica
ao relento no vento sul …
Vem,
que a sede de criar te faz melhor…
Vem,
que o vento é provento
Brisa
que vem e que vai,
Unindo
forças com o vento, quero compor com você!
Porque
as horas não falam,
simplesmente,
as horas exalam,
quero
compor com você
Onde
um botão em flor eu vi, vivi…
Quero
compor com você
Nesta
terra de brava gente
Quero
compor com você
Até
um dia, até talvez, até quem sabe.
Mais
uma vez…
A
herança do meu coração…
Quero
deixar pra você
Quero
cantar com você
Quero
compor com você.
Referência:
MEROLA,
E.D.; De que são feitas as histórias, Postmix, 2014, PP 33-34.
Edna
Domenica
gosta de música. Considera que “escrever é uma empreitada existencial
desafiadora […], uma tarefa árdua, um afeto prazeroso, um ato de cidadania”.
Paulistana, desenvolveu pesquisa sobre Psicodrama e suas aplicações em oficinas
de escrita criativa, publicadas em Aquecendo a produção na sala de aula
(Nativa, 2001), De que são feitas as histórias (Postmix, 2014), Relógio de
Memórias (Postmix, 2017). É autora de Cora, coração (Nova Letra, 2011), A volta
do Contador de Histórias (Nova Letra, 2011), No Ano do dragão (Postmix, 2012),
As Marias de San Gennaro (Insular, 2019), O Setênio (Tão Livros, 2024).
Edna
apresenta "Confissão/confusão"- texto de Gilberto Motta
MANHÃ clareia a noite pariu o dia as aracuãs namoram na minha
janela enquanto o Sol chega de mansinho morninho morninho trazendo o
contraste das formas a definição da vida que gira e gira na pista das estrelas no universo de rotas traçadas com lápis de giz de cera em papel crepon
rabiscando antigas e novas civilizações como num filme distópico cravado de
enredos velozes multifacetado o espaço é infinito sem eira nem beira na
dimensão de mundos a serem descobertos pilotando a nave louca em busca de luz
no breu das galáxias e la nave vá e tudo gira e a vida segue e sempre seguirá
como uma batida perfeita do violão de João Gilberto em harmonias celestiais enquanto Hermeto sopra a chaleira genial e Paulo Freire educa marcianos e
venusianos saídos de outra S-fiction o som orienta as rotas e as trilhas da
Nova Era misturando notas bemóis sustenidas diapasão de desafios afinados
desafinados dentro e fora do tom nestas veredas onde já não há mais métricas nem
confusão nem pontuação
Gilberto
Motta
nasceu e cresceu em um pequeno circo teatro no interior de São Paulo.
Jornalista, repórter de rádio, TV, jornais e revistas; professor universitário
e vide documentarista premiado por direção e roteiro. Aposentado, vive e
escreve de uma pequena cabana na vila de pescadores da Guarda do Embaú, SC.
Publicações:
–
Crônicas e contos, Revista Vírgula, Faculdade Cásper Líbero, SP, entre 1979 e
1982.
– O
modal de transportes no Sul do Brasil, dissertação de Mestrado, UFSC,
Florianópolis, SC, 2000.
–
Miolo (Cânticos para ninar pirados e piradas), Prêmio Sinergia SC,
contos/coletânea 2000.
–
Narrativas audiovisuais: Construção/Desconstrução/Reinvenção (Ganchos 88...e
deu boi nas cabeças), ensaio acadêmico. Ed. Unimar SP, 2008.
– A
Incrível Jornada da Menina Careca, romance infanto juvenil, Amazon, 2009.
–
Céu de Vaga-lumes e o Circo Imaginário de Motinha e Nhá Fia, crônicas/memórias,
Amazon, 2009.
–
Tudo poderia ser diferente, inclusive o título, coletânea, Amazon e-book, 2022.
– Do
corpo ao corpus, contos/coletânea, Ed. Rocha Soluções Gráficas, SC, 2022.
–
Crônicas, contos, poesias e textos coletivos no Café Literário, Plataforma
digital Notibras, 2024/2025.
Reportagens e Vídeo documentários: – Repórter, roteirista e apresentador nas redes TV Planalto/Lages, SC, RBS TV, TV Barriga Verde e TV Cultura, Florianópolis, SC, entre 1983 e 2001. – Os Caminhos do Mercosul, série de documentários, Fetiesc/TV Cultura SC, 1984. – O Mundo dos Mangueizais, série de documentários Prêmio Vídeo Terra, Unicamp, SP, 1987. – Ganchos 88...e deu boi nas cabeças, documentário audiovisual Prêmio Festival de Cinema e Vídeo da Bahia e finalista Festival de Cinema e Vídeo de Havana, Cuba, Putz Vídeo, 1988. – A Guerra da Água, vídeo documentário Prêmio Eco Vídeo, Amsterdã, Holanda 2006, TV Marília, SP. – A Mini Cidade Cooperativista, grande reportagem Prêmio Cooperativas Brasileiras dirigindo o programa de TV Cooperativismo em Notícias no Canal Rural nacional, Fecoagro, SC, 2012.
Redes
Sociais: @gilbertopintodamotta, @gilmotinha Facebook: Gilberto Pinto da Motta
Cassiano Silveira nasceu em Florianópolis/SC e reside em Palhoça (SC). Historiador, atua na área da adesde 2010. Entre 2016 e 2017 trouxe a público, através do Facebook, as tirinhas cômicas Os Cabeçudos, discutindo sobre o cotidiano de forma um tanto nonsense. Publicou artigos científicos: Os Caixões Fúnebres na Capela de Nossa Senhora das Dores: Uso e Tipologia (Revista Tempos Acadêmicos, 2012); e poemas: Cama de Mármore (Revista Poité, 2006), Velório e Olho-mar (ambos PerSe, 2021) e contos: Patos (InVerso, 2021), Os dois hemisférios da alma (Persona, 2021) e A perfeição (SENAI/CIMATEC, 2021), que lhe valeu menção honrosa no 1° Concurso Cultural Literatec – A vida numa sociedade tecnológica. Participou da coletânea Tudo poderia ser diferente –inclusive o título, como autor, como responsável pela capa, projeto gráfico e diagramação. É autor do livro Sobre o medo, a morte e a vida, disponível em formato físico e também em e-book na Amazon.com.br. Contatos Instagram @siano_silveira
Antonio
Carlos (Tatalo) Fernandes. É professor titular convidado da COPPE/UFRJ de
engenharia naval e oceânica. Foi membro do GTP (Grupo Teatral Politécnico da
USP). No Rio de Janeiro, fez curso de dança de salão com Jaime Aroxa e de
declamador de poesia com Elisa Lucinda. Participa da Tertúlia Poética e do
curso de Claudio Carvalho. Participa do livro publicado “Ninguém Escreve por
Mim” organizado pelo último e editado por Cassiano Silveira.
Marlene
Xavier Nobre
nasceu, cresceu, casou e teve três filhos em Florianópolis, SC.Mudou para São
José, SC, e aí vieram os netos. Em 2017, sua ida ao NETI (UFSC, campus
Florianópolis) para cursar oficinas de criação literária que utilizava recursos
como a dança grupal e espontânea ao som de músicas clássicas resultou na
participação numa coletânea organizada pela ministrante das oficinas. Logo em
seguida, lançou seu primeiro livro solo: A meus queridos netos – cartas
(Postmix, 2017). Em 2019, cursou outra oficina, desta vez na Biblioteca do CIC,
em Florianópolis e em 2020, lançou, seu segundo livro solo: Lembranças e
esperanças de uma mulher. Em 2025, publicou textos no Café Literário Notibras.
Rede Social: Instagram: @xaviernobre Facebook: Marlene Xavier Nobre.
Cadê a ponte?
Lalah Hugentobler é gaúcha, radicada em Santa Catarina desde abril de 1989 tendo alternado residência entre Florianópolis e Garopaba onde mora atualmente. Atraída pelas letras desde a infância, declamando, cantando e escrevendo representou sua cidade em inúmeros eventos.
Poema
ancestral
Edna
Domenica Merola, Léa Palmira e Silva, Marlene Xavier Nobre, Taís Palhares
Meu
lado europeu
É um
jubileu
De
abraços e traços
Um
traseiro afro
Um
nariz mouro
Pele
alva (de sabe Deus!)
A
face com contornos romanos
Em
Madri me segregam
(Sou
a cara da moça na lata do azeite)
Em
Perúgia me chamam de francesa
Em
Pomerode sou forasteira
Em
Floripa meu sotaque sofre bullying
Em
São Paulo trabalhei
E antes minha mãe também,
Em São Paulo minha nona trabalhara...
E,
quando isso não é parto de dor,
O
retrato do meu avô me sorri no corredor
(Edna
Domenica)
Indígena,
Português,
Espanhol,
Caboclo,
Mestiça...
À
terra: plantar, caçar.
Natureza,
liberdade.
Passado,
presente futuro.
A
vida passada em gerações.
Tudo
junto e misturado.
Olhar
no espelho,
Enxergar
a mãe, o pai, os avôs
E as
novas linhagens,
Quais
características trarão?
[Tais
Palhares]
Sou
um lado indígena e outro africana
Isso
me faz latina?
A
parte de pai é sulina
De
mãe, nordestina
Manezinha
de Floripa
– Outrora de praias, recôncavo e tantas belezas
naturais
Hoje
exploradas pelos capitalistas brutais –
Da
ancestralidade, as labutas
Desde
a infância quantas lutas!
Acho
a velhice demais
Graças
aos meus ancestrais.
[Léa Palmira e Silva].
Vento
sul, mar azul, areia a rodopiar:
Mané
e manezinha a bailar,
Depois
de nove meses
O
meu choro "ouvisses".
Nasci
no mês do "mata cavalo",
num frio de doer pescoço!
Sou
festeira e manezinha nata,
E
por ser filha de artistas, sou grata
Cresci
comendo pirão,
caldo
de peixe e camarão!
Quem
trouxe meus ancestrais?
Seria
o vento sul soprando nos manguezais?
De
onde vim?
Não
sei de mim!
Será
sou sarará?
Ou
será sou sarará crioula? Sei lá!
O
que importa é ser faceira,
mané
charmosa e maneira.
(Marlene
Xavier Nobre)
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