"Não é a história que... fascina mas a alma que está nela."
(COUTO, Mia. Terra Sonâmbula. 2007. P. 67)
Psic. Alexandra, Prof. Eloá, Edna, Prof Marilda (Foto do acervo de Cícera Lassala) |
Era uma
vez um curso de Contadoras de Histórias... Onde aprendi que...
Para
contar uma história é preciso memorizar na alma alguns itens
importantes: título da história, autora, onde, quando, quem, o quê, como, para
quê, epílogo.
– Qual o
título dessa história?
Era uma
vez um curso ... Do qual foram autoras todas as participantes no
processo de ensino-aprendizagem.
– Onde o curso ocorreu?
No auditório do N.E.T.I., UFSC, Florianópolis.
Quando as
aulas aconteciam? Às segundas-feiras,
das 14 às 16 horas, de março a dezembro de 2013.
– Quem participou
do curso?
Eloá
Aparecida, Marilda, Alexandra (equipe de ensinantes). Alda, Cícera, Edna,
Fátima, Ivone, Júlia, Natália, Terezinha (equipe de aprendizes).
– O quê
acontecia nas aulas?
Nas aulas ocorriam mediações em torno da arte de contar histórias.
– Como se
deram as intervenções didáticas?
As
ensinantes usaram exposições teóricas sobre os principais autores canônicos da
Literatura Infantil, leituras sobre tópicos referentes ao tema, manuseio de
acervo, interação das aprendizes com as ilustrações dos livros do acervo,
incentivo à criação individual de recursos visuais para contar histórias.
As
ensinantes usaram a mediação de alunos de turmas anteriores como recurso para
expor as alunas dessa turma a diferentes modelos de contadores.
Era uma vez
um curso e... uma díade... Após saber de cor esses itens é necessário
reproduzir a história sem exagerar em adereços ou recursos corporais. O espaço
físico deverá ser usado de maneira comedida, servindo para que a contadora se
instale e não como lugar de locomoção.
O lugar
de instalação de quem conta uma história deverá ser transformado em ambiente de
interação no qual ocorrerá um segmento de comunicação. Trata-se da construção
da díade a saber: quem conta (ou expõe sua fala) e quem ouve (ou recebe a fala).
O olhar,
a gesticulação das mãos e a modulação de voz contam muito para que essa díade
se construa. A grande mágica, no entanto, ocorre com a ajuda de dois elementos:
– O
primeiro: é preciso que a história penetre a alma da contadora ...
– O
segundo: é necessário que a história se aloje em algum nicho do imaginário do
ouvinte...
– Difícil?
– Difícil!
Mas há contadoras que sabem disso desde a infância, outras aprenderam por
intuição no exercício de suas profissões ou no desempenho de papeis na família,
na Igreja, em associações.
Posso
afirmar, no entanto, que todas as aprendizes da turma de 2013 que foram
frequentes até o dia de receber o certificado assinado pela Professora Eloá
Aparecida Caliari Vahl aprenderam que a arte de contar histórias envolve sutilezas
inerentes aos atos que envolvem o processo de narrar...
– Para
quê serve a arte de contar histórias?
A meu
ver, a principal dessas sutilezas é a vontade de doar uma oportunidade de
reflexão sobre uma ideia, um lugar, um fato, uma ação, uma "fala",
uma experiência, uma emoção... Mas a vontade mencionada não caminha sozinha...
A arte de contar histórias envolve sutilezas inerentes aos atos de narrar e à
vontade de doar-se ao ouvinte que se abre para receber essa energia sutil que
emana de simples palavras.
A arte de
contar histórias envolve sutilezas do encontro eu-tu...
Não
implica em altruísmo! (Muito menos em egoísmo, é claro!). Implica em
compartilhar, doar-se e manter o próprio sentimento de pertença, a um tempo
único e relacional... No qual se constrói a narradora, a audiência e a
narrativa.
Como epílogo: foi assim que experienciei
"Um curso e"... que tentei compreender a natureza de "uma Díade
Relacional" ímpar: contar-ouvir...
"O fascínio da alma que habita uma história" dará nova dimensão ao desempenho dos papeis de escritora e de professora, no que diz respeito à construção do (a) narrador (a), do narratário, e da narrativa.
"O fascínio da alma que habita uma história" dará nova dimensão ao desempenho dos papeis de escritora e de professora, no que diz respeito à construção do (a) narrador (a), do narratário, e da narrativa.
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