quarta-feira, 14 de maio de 2014

Festivais de MPB: Interlocutores e Ações. Edna Domenica Merola.

Inspirada pelo convívio com o colega Alberto Gonçalves durante as aulas da  disciplina MPB II, ministrada pelo Prof Cláudio Cruz no Curso de Letras UFSC, primeiro semestre de 2014 (período que nos remete, historicamente, aos 50 anos do Golpe Brasileiro),  voltei-me para as letras das músicas dos festivais de Música Popular Brasileira de 1965 a 1968, para verificar um possível diálogo entre seus motes.  Leia o quadro abaixo, ouvindo as músicas às quais terá acesso facilmente por meios eletrônicos.

- Arrastão com Elis Regina (I Festival da Exelsior, 1965):
- A Banda com Chico Buarque e Nara Leão (II Festival da Record, 1966):
- Ponteio com Edu Lobo, Marilia Medalha, Quarteto Novo e Momento Quatro (III Festival da Record, 1967):
- Roda Viva com Chico Buarque e MPB-4 (III Festival da Record, 1967):
- Sabiá com Cynara e Cybele; Chico Buarque e Tom Jobim com Nelson Motta (III FIC 1968):








segunda-feira, 5 de maio de 2014

TRIBUNA 'LIVRE'. Edna Domenica Merola.


Uma mulher foi linchada sem chance a julgamento, num país em que não há pena de morte. Uma professora e um professor morreram durante assaltos em pontos diferentes do Brasil, recentemente. Atos fatais e distantes como esses crimes são recorrentes em nossos ouvidos. Mas às vezes tapamos também os olhos para fatos ‘de fora das telinhas’... Fatos cotidianos que nos escapam... (Será?)

O bulling, a fofoca maldosa, a acusação sem fundamento, o consorciamento efêmero movido pelo interesse ou medo  rolam soltos em nossos dias... Inaugurando a era do oitavo pecado capital, colocando no chinelo os sete anteriores (inveja, ira, luxúria, gula, avareza, preguiça, orgulho).

Já a TRIBUNA LIVRE onde cada qual expressa livremente sua opinião e responde por ela deveria ser vista como a praça na Grécia antiga: mera instituição democrática.

As ações de falar ou escrever hoje são consideradas livres. Nenhuma expressão pode ser tida como não política. Se pratico a tolerância de ideias isso também é uma postura política definida. Creiam! Não recebo salário para fazê-lo!

Contou-me uma colega professora de uma grande cidade brasileira que sua aluna proferiu um seminário e houve dois comentários um oposto ao outro por parte de duas colegas. A aluna foi ter com alguém de fora do grupo que a orientou a exigir da professora um posicionamento que eliminasse o impasse a seu favor. A professora se sentiu acuada. Entendeu que queriam que ela se transformasse no BICHO PAPÃO, no BICHO CALA-A-BOCA. Entendeu que o que lhe pediam era algo impossível: que ela deixasse de ser sujeito histórico. Que abdicasse de seus valores, de suas crenças para se transformar num objeto (e no calor da emoção comparou o objeto exigido a um cilício!).





Contou-me uma colega professora de uma grande cidade brasileira que a liberdade de expressão é o pulmão do processo ensino-aprendizagem. É pela liberdade de expressão que se respira conhecimento.  

Após ouvir a queixa narrada pela colega professora de uma grande cidade brasileira, resolvi gastar meu precioso tempo, a conta de energia elétrica da minha casa, minha conta da Internet e meus neurônios nessa ação política de escrever esse texto.

Espero compreendam o que me moveu a fazer tal investimento. Espero notem que esse blog é sem fins lucrativos.
Espero saibam que tudo o que se escreve tem um preço pago em quilômetros rodados na estrada da vida. Espero perdoem as expressões comuns e o tom que, aparentemente, o texto toma: de não se voltar para o que é caricatura do positivo. Espero que se sensibilizem para o pormenor de que acusar a falta de solidariedade é também dar um lindo exemplo. Espero que os leitores não pratiquem a falta de compaixão com essa minha colega professora de uma grande cidade brasileira... Creio, ao contrário, que a respeitarão e valorizarão cada vez mais.
Breve terei alguma poesia... Breve tomarei no colo lindas flores recebidas pelo dia das mães. Breve enviarei um lindo róseo cartão com todos os elogios do mundo para essa colega professora que apelido desde já de GENTE ABRE-A-BOCA. Breve direi que polêmicas são ossos desse ofício de ensinar-aprender. Breve direi que lidar com a diversidade é trabalhar no andaime da adversidade (por falta de cultura do diálogo). Breve sonharei novamente com a hora em que reconstruirei meu olhar dócil que tolera o fel e cria o mel. Breve tirarei o tango argentino da velha vitrola e cantarei um hino de glória aos soldados da AUTENTICIDADE. Breve comporei uma canção para cantar na praça à luz do dia e até quem não for de samba há de parar e ouvir.
Breve terei alguma poesia... Mesmo que não for do coração, versos escoarão de meus dedos... E em plena praça, tudo será citação deslocada:

Felicidade aqui

Pode passar e ouvir

E se ela for de samba

Há de querer ficar

Mas longe dessa praça, por licença poética:

“... você, minha amiga/ Já pode chorar”.


Referência

Olê, olá. Chico Buarque de Holanda. 1965.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Aquecendo o diálogo entre textos. Edna Domenica Merola



O diálogo entre textos pode ser uma oportunidade de tecer uma rede quer de produção escrita, quer de incentivo às leituras que gerem outros tantos diálogos e teçam redes de leitores. Para aprimorar a arte de comentar é preciso exercitá-la sob determinados critérios.

COMO EXERCÍCIO DE ACORDO COM O ROL ABAIXO CLASSIFIQUE OS COMENTÁRIOS QUE O SEGUEM:

(1) Comenta o texto e dialoga com as ideias.
(2) Compartilha do processo existencial que envolve o texto.
(3) 
Compartilha o processo de feitura do próprio texto com o leitor ou revela testemunhar o processo de organização da criação pelo autor.
(4) Revela testemunhar o entorno da criação do texto (postura da autora, momento em que foi escrito, citações e diálogos com demais textos).


Dessa crônica dissertativa destaco a prescrição: o " importante é manter o equilíbrio, sem deixar a inveja se tornar uma fonte de dor, acomodação, frustração e doenças". Exorto os leitores a seguirem a orientação da Dra Maria das Graças Barreto que resume uma postura de autocuidado que precisamos manter sempre no convívio social, em qualquer situação. Obrigada Graças.
( ) Aquece a Escrita  comentou a postagem "Sobre a Inveja. Maria de Jesus Barreto da Fonseca":

De Jé abordou muitos pontos importantes que envolvem o tema Inveja. A leitura das entrelinha desse texto pode fazer o leitor tentar distinguir ciúme de inveja, pode também fazer refletir sobre os sentimentos relativos à 'posse' que permeiam relações como as de amizade, por exemplo. Recomendo o texto para leituras em grupos de trabalho e estudo, para jovens e adultos (de todas as faixas, inclusive idosos).

( )
Aquece a Escrita  comentou a postagem "RESENHA E CONTRIBUIÇÕES: A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGE...":

Até a presente data, decorreram do seminário de LOURDES THOMÉ (em 24/4/2014; sobre foco narrativo em terceira pessoa) as seguintes produções: A luz que ilumina nossos caminhos de autoria de Áurea Ávila Wolff; CRÔNICA SOBRE A INVEJA de autoria de GRAÇAS BARRETO; Sobre a Inveja: escrito por Maria de Jesus Barreto da Fonseca. PARA TODAS AS MARIAS de Áurea Ávila Wolff.

De forma clara, concisa e coesa, o texto narrativo de Áurea (A luz que ilumina nossos caminhos.) utiliza o discurso direto. Esse recurso formal é usado para expressar conteúdos dialogados. É pois pelo diálogo 'face a face' que se dá a construção da solidariedade. Linda vivência foi para mim a leitura desse texto. Obrigada, Áurea.
 (   ) Lourdes Thomé29 de abril de 2014 06:37A LUZ QUE ILUMINA NOSSOS CAMINHOS. Texto simples, direto, prático. Expressa com clareza os efeitos da inveja. Considero a história uma excelente forma de expressar ensinamentos ou posicionamentos sobre sentimentos. Identifico-me com a autora.
A LUZ QUE ILUMINA NOSSOS CAMINHOS
Todos nós, temos esse sentimento, em algum momento sentimos inveja de alguém; do que outra pessoa tem de melhor; é um sentimento impulsivo quer para o bem ou para o mal. Quem de nós pobres mortais já não teve inveja de alguém ao nosso redor.
Muitas ocasiões deixamos essa inveja à mostra por meio de acusações, comparações maldosas, jogamos nossa pedra contra o outro; afim de prejudica-lo, vê-lo cair, ser um indivíduo menor que você. Mas ao mesmo tempo, somos cercados por pessoas que nos invejam com um espírito de crescimento; de ajuda como aquelas que vão à luta e conseguem vencer a inveja, e tornam-se pessoas de luz; cantam para nossa alma; procurando ser linda para ela mesma e também para os que a rodeiam. Que a luz da grandeza e da aceitação ilumine seu caminho.

(   ) Eslavia Hugentobler  comentou a postagem "PARA TODAS AS MARIAS. Áurea Ávila Wolff.":

Tranquilo linguajar de sincera reflexão, que remete ao essencial atributo do ser HUMANO em sua trajetória pela vida, o AMOR.Tudo a ver com a Áurea.


(  ) Aquece a Escrita comentou a postagem "Um Conto Sobre Outros Contos. Áurea Ávila Wolff: "A autora Áurea referiu-se a quatro subtítulos de Às Voltas com as Devoções, do livro A Volta do Contador de Histórias de autoria de Edna. O conto de Áurea inicia com a narrativa de uma atividade acadêmica de leitura dramatizada feita pelo grupo das VIRGENS. Passa pela história de um santo e reflete sobre a religiosidade, a vida, o uso da tecnologia e a interação humana com os recursos do meio ambiente."