o primeiro ato do teu psicodrama
existencial,
te sentias oprimido,
cresceras
teu espaço ficara pequeno,
te sentias oprimido,
cresceras
teu espaço ficara pequeno,
então quiseste ganhar a luz
e num arranque físico te lançaste
na busca de uma nova matriz.
e num arranque físico te lançaste
na busca de uma nova matriz.
Eu já estava a teu lado
e com movimentos de expulsão
ajudava -te a galgar espaço.
ajudava -te a galgar espaço.
Tu protagonizaste, enfim,
teu nascimento: tua catarse de
integração.
E te implantaste na matriz de
identidade.Foste espontaneamente mudando,
habilitando-te a dar novas respostas:
respirar, chorar, sugar,
urinar, defecar.
Eu estava a teu lado,
mas tu não me distinguias,
unificavas teu eu e o mundo.
Tu, pouco a pouco, organizavas teu
universo,
concentravas tua atenção em mime me estranhavas em parte.
Depois, num momento de Criação,
delimitaste fronteiras entre o eu e o
outro,imitando o Pai na separação
entre as terras e as águas...
Impulsionado pela tua fome cósmica,
principiaste a jogar papéis
de
animais
de objetos
de
pessoas
de
seres ideais.
E o apetite macrocósmico
aprofundou tua investigação microcósmica
e tu, pequeno cientista,
principiaste a inverter papéis.
Eu estava a teu lado co-agindo,
co-existindo
co-experienciando.
Tu foste fazendo teu caminho,e te aculturavas.
Mas fizeste tua espontaneidade por demais subserviente à memória e à inteligência
Te prendeste demais à conserva-cultural:
te sentias fatigado, incapaz de desfrutar e enriquecer teu
meio
e de ver a mim como eu mesmo, em frequentes momentos transferenciais.
Eu estava a teu lado.
E fui teu duplo e tua consciência
e as pessoas com as quais interagias, no
social.
E te propus: me dar a ouvir teus
pensamentoPensavas alto,
invertias papéis,
e tanto mais eu te percebia.
Tu penetravas em teus sonhos e fantasias
e nos meandros de tua interação com o outro,
mobilizavas imagens somáticas,
libertavas imagens mentais, através do “acting out terapêutico”.
Vivenciavas teus papéis psicodramáticos
investigavas teus papéis sociais,
novas possibilidades,
potenciais não desenvolvidos.
Eu estava a teu lado
no
aquecimento
na
dramatização
nos
comentários
Tu ganhavas contato com teu eu
intensificavas tua capacidade criadora
e a quantidade de teus atos espontâneos.
Eu estava a teu lado, numa relação télica
Tu estavas a meu lado numa relação télica.
E então... Nós ...nos encontramos.
REFERÊNCIA
MEROLA, Edna Domenica. Cora, Coração. Nova Letra,2011, p. 191-196.
Muito lindo!
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