SOLILÓQUIOS
Olhar
para o próprio umbigo é um exercício interessante. Esse olhar acompanha
movimentos de expansão e de recolhimento. Escrever em posição direcionada ao
próprio umbigo, eis como decido experimentar a escrita, respirar a escrita.
Colher
materiais com os olhos pode ser a escolha mais usual de expansão, mas há
ouvidos e poros, e tantas instâncias esquecidas ou ainda não inventadas.
Escrever
em posição voltada para o instrumento digitalizado de escrita é consumar uma
posição contemporânea para tentar elaborá-la. O objeto é extensão do corpo
contemporâneo. Tudo é político-maravilhoso... Tudo é político-não
maravilhoso...
–
Olha aí! Compra minha estética “doutor”!
–
Olha aí! Compra minha poética “companheiro”!
–
Olha aí! Compra esse momento “cidadão” pra ajudar a campanha pró-ação humana.
–
Olha aí! Eu estou aqui e você também. Foi acaso?
Aceite
o convite de encarar o acaso. De ouvir o acaso. De responder ao acaso.
–
E se não for acaso?
Há
outras formas de inserções além daquela de introduzir a “navalha na carne” ou
de escrever com gotas do próprio sangue. Há outras formas de incisões
diferentes da ação de dissecar.
A
incisão eficaz pode ter naturalidade e doçura... Eis aqui algo colocado como
contraponto ao esquartejamento e ao ato de dissecar, correndo o risco de
parecer piegas.
DIÁLOGOS
POSSÍVEIS
–
Por que passam tão depressa por aqui?
–
Pare, se quiser! Isso é com você também! Isso é para você também.
–
Onde nasce a arte? Onde ela se coloca?
–
O lugar da arte é cultural? Ou é comercial?
–
O lugar da arte é subjetivo? É social? É político?
–
Isso é para você também. Aproveite o momento. Participe aqui, lendo.
–
Quer responder? Chegue aqui!
–
Quer perguntar? Chegue aqui!
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