Perguntas/
enunciados propostos pelo blog aquecendoaescrita (mantido por Edna Domenica Merola e sem fins lucrativos)
O Entrevistado respondeu via mail. A foto ilustrativa pertence ao acervo digital do entrevistado.
PAULO
BERRI – Nasci em Brasília, 1968, sou aquariano, formado em Educação Física pela
Universidade Federal de Santa Catarina.
Histórico de seu
gosto musical: o que e quem gosta de ouvir, instrumental e vocal; o que gosta
de cantar? Histórico de participação em grupo musical (gêneros musicais do grupo
e sua participação). Histórico de participação em corais (em Igreja, escola,...).
Nunca participei de coral ou
banda, mas tenho o prazer de ter uns quatro ou cinco poemas musicados. Meu estilo predileto de música é o pop-rock,
embora seja eclético quanto ao gosto musical.
O único estilo que de fato não aprecio é o jazz.
O que sua família (na infância) pensava/praticava em torno da participação em grupos esportivos? E como a família encara sua participação, hoje? Já foi treinador ou patrocinador de eventos esportivos? E culturais?
Como é seu
“patronato” do Floripa Encanta?
Confesso que esse grupo me
‘en’canta de verdade! Sinto-me muito bem
todas às vezes que posso estar presente.
A música, a simplicidade, o sorriso fácil; tudo isso é encantador! Sem falar na candura do maestro Vilman e na
linda baixinha Madá, que com seu altruísmo, cativa a todos! Não posso me esquecer do trabalho abnegado da
Nani, que dispensa comentários.
Histórico de
participação junto a ONG, OSCIP. Histórico de seu trabalho com idosos em
Florianópolis. Como concebe uma sociedade tal a contemporânea que
necessita de um Estatuto do Idoso com força de lei promulgada pelo Governo
Federal?
Coincidentemente estamos
estudando uma possível criação de uma ONG pra facilitar a realização de certos
projetos... Participo de vários grupos voluntários, mais voltados à saúde, com
aplicação de Reiki e outras técnicas de cura. Sou um entusiasta da medicina
alternativa. Nesses locais, a presença da terceira idade é frequente. Precisamos
de um estatuto do idoso porque nossos jovens não têm a cultura do respeito aos
mais idosos, assim como ocorre no oriente. Creio que estamos avançando
lentamente nessa direção. A Madá e eu
temos um projeto muito bonito para a terceira idade, mas ainda é segredo...
Quais as
recordações que evocam os períodos
de vida em que exerceu trabalho
informal
Exerci
e exerço trabalhos voluntários, sem carteira assinada. Criei um time de futebol
“da rua” na adolescência, que marcou a nossa juventude.
Ano em que teve o
primeiro emprego formal
Foi nos anos 90’... Estagiei no Banco do Brasil e através dele,
recebi meu primeiro salário. Foi
marcante! Depois passei no concurso para
a Saúde e fui trabalhar no hospital Celso Ramos. Lá deixei de ser um rapaz ingênuo, que não
via maldade em nada. Conheci os “dois
lados da moeda”.
Ano em que iniciou
no Reiki
Conheci o Reiki em 2008 e de lá
pra cá me apaixonei de verdade! É uma energia de cura simples e fantástica. A
minha mestra já foi me adiantando os níveis II e III e logo me tornei apto a
dar cursos. Em dois pouco mais de anos já havia ministrado 13 cursos gratuitos
de Reiki. Semana passada, apliquei mais um, desta feita, cobrando uma pequena
taxa para que as pessoas deem mais valor.Ano em que teve o primeiro contato com lideranças políticas.
Meu contato com a política, por
incrível que pareça, foi bem espontâneo: uma namorada foi me visitar no serviço
e viu que os colegas que passavam me cumprimentavam com muito carinho, então
falou “Porque você não se candidata?” Eu já tinha certa liderança na saúde e
muita vontade de ser útil. Acho que foi
aquele sutil toque do destino a indicar os futuros passos.
Ano em que iniciou a dar cursos e palestras
As palestras eu iniciei no
hospital Celso Ramos, incentivando as pessoas a cuidarem mais da saúde física e
mental, a terem uma alimentação mais saudável e, principalmente, buscarem um
caminho espiritual, seja ele qual fosse.
A partir daí, vieram os convites informais e, na sequência, o convite
profissional de um instituto focado em palestras. Se não me engano, isso tudo se deu há cerca
de cinco anos.
O que ouviu de
familiares mais velhos sobre a ditadura? Em que camadas se encontravam seus simpatizantes,
em 1964, na cidade onde seus familiares viviam?
Em 1964 meus pais não se
conheciam ainda. Pouco se falou lá em casa sobre isso, mas como minha família
teve sempre uma visão liberal, toda a forma de repressão era repudiada. Minha
mãe era do RJ e meu pai do interior do estado de SC; ambos viviam em ambientes
sociais bem diferentes, mas compartilhavam de uma mente sadia e livre, ou seja,
repudiando toda a forma de opressão social.
O que se lembra do
governo militar ou do período que hoje é chamado anos de chumbo?
Digamos que vivi apenas os
reflexos do pós-ditadura, mas como era muito novo e um garoto muito livre,
confesso que não influenciou em nada minha infância.
Em sua opinião, o que marcou a mudança dos costumes? O que marcou a
mudança dos direitos das mulheres?
As
mulheres foram adquirindo seu espaço pela sua competência e principalmente,
pela sensibilidade. Homens e mulheres
são diferentes, eu diria até, complementares.
Existem alguns poucos homens e mulheres que conseguem equilibrar
características masculinas e femininas (sem conotação sexual) e com isso usarem
tanto a razão como a emoção de maneira profícua, equilibrada. Como essa é a exceção, normalmente precisamos
de ambos para compor os quadros sociais, culturais e políticos de nossa nação.
Sem dúvida Airton Senna, pela
determinação e espírito nacionalista. Tive a honra de pegar o fim da carreira
do Zico, meu ídolo no esporte. E, por herança de minha mãe, o “rei” Roberto
Carlos, pela humildade, carisma e leveza de espírito.
O que ainda é
marcante do que aprendeu com a leitura do primeiro livro que chamou sua atenção
na adolescência?
Confesso que não me lembro do
primeiro livro que li, mas posso citar um que marcou minha infância: “Memórias
de um agente secreto” de Marina Colasanti. É a história de um adolescente
aventureiro, romântico e impetuoso, características com as quais me identifico.
O gosto pela
escrita vem de quando e como?
Vem desde sempre... Desde garoto
sempre li muito. Li o velho testamento com nove anos. Fiz meu primeiro poema
aos 17 anos e não mais parei. Tenho
alguns contos e crônicas, quase mil poemas e mais de trezentas reflexões, mas
tenho como desafio fazer meu primeiro romance.
Ambos. Escrever poemas, pra mim,
é só prazer. Minhas inspirações são
muito rápidas, passam mais pelo coração do que pela razão e não é incomum um
poema ficar pronto em 10 ou 15 minutos.
As rimas e o encadeamento e, muitas vezes, a musicalidade, vêm ao
natural. Lancei meu 4.o livro em 2012 e
tenho várias ideias para os próximos...
Pretendo sim dar um enfoque mais profissional à carreira e com isso,
fazer com que minha mensagem chegue ao maior número de pessoas possível.
Dedica-se a outras
artes?
Não toco nenhum instrumento,
arrisquei no violão, mas por falta de tempo não segui adiante. Ensaiei uns
rabiscos na pintura, mas nada que me faça pensar em seguir adiante.
E o gosto pela
palestra, pela arte de falar em público (conversar, ensinar, dar palestras, discursar)?
Acredito piamente que isso tenha
ares de Missão. Não que eu seja um
profundo conhecedor de nada, mas compartilhar informações, motivar uma vida
mais saudável e a busca de algo Maior, me instiga profundamente. Era tímido em minha adolescência e superei
isso. Falar hoje pra dez ou mil pessoas
faz pouca diferença, até mesmo porque tenho muita facilidade em admitir quando
não sei algo sobre determinado assunto.
Parece contraditório, mas essa humildade nos fortalece e tira de nós a
necessidade de provar alguma coisa.
Diante dessa leveza, tenho percebido que a intuição se mostra mais
presente e com isso, mais eficaz a transmissão da informação.
Histórico da
profissão exercida após a formação acadêmica.
Formei-me em educação física e
logo em seguida organizei torneios de atletismo e natação. Fiz estágios em clubes, participei de uma
escola de futebol amador e dei aula, como professor, por apenas um ano. De lá pra cá, tenho usado a formação
acadêmica mais em relação a palestras.
Histórico como
líder político.
Surgiu, como disse anteriormente,
com muita naturalidade. Depois comecei a ter a dimensão de minha
responsabilidade social que isso demandava.
Nunca busquei ocupar cargos mediante a política, pois sempre agi de
forma ideológica. Há pouco percebi que
cometi um erro, pois eram nesses cargos (oferecidos) que poderia trabalhar em
prol do que acredito. Gerenciei
recentemente o hospital Infantil Joana de Gusmão (Florianópolis) e lá pude
colocar em prática ações democráticas, felizmente reconhecidas pela sociedade e
pelos colegas. Em apenas dois anos, efetivei a realização de 42 projetos. Foi um período exaustivo, mas saí de lá com a
sensação de ter cumprido minha missão.
Fale sobre o Jornal
Em Alerta! - do qual foi editor proprietário.
Essa foi mais uma aventura de minha parte. Eu e um
amigo resolvemos lançar um jornal de bairro e, sem qualquer experiência, nos
dispusemos à tarefa. Por incrível que
pareça, obtivemos lucro já no primeiro exemplar. Tudo bem que foram três reais pra cada um,
mas isso teve um valor simbólico: fomos capazes de realizar algo do nada e sem
a ajuda de ninguém. Eu escrevia e
corrigia todo o jornal e ajudava na divulgação dos espaços comerciais. Isso além dos meus compromissos normais. Foi um período muito estafante, mas em
contrapartida, tinha muito prazer no que fazia.
Após dois anos de sociedade, discordei de algumas atitudes de meu sócio,
vendi o jornal e com o lucro, fiz minha primeira viagem internacional.
Como, quando e onde
iniciou a participação em grupos e associações culturais? Quando e como iniciou
sua participação no panorama literário da grande Florianópolis?
Iniciei muito jovem, costumava
ser o “caçula”. Sou o membro mais novo
da ASAJOL e possivelmente o “menos experiente” também da ACLA : Academia Catarinense de Letras e Artes – na qual ocupo
a cadeira de número 20. Na ASAJOL ocupo
a cadeira de número 17 cujo Patrono é Carlos José da Mota de A. Corrêa (13/1/1885 –
29/11/1954); que foi um eminente médico da capital dos catarinenses e um
político respeitado em sua época.
Fico muito lisonjeado de estar no
meio de pessoas mais experientes e cultas, mas tenho minha personalidade e
coloco sempre meus pontos de vista. Iniciei minhas primeiras investidas na vida
literária da cidade aos vinte e poucos anos e nunca mais parei. Participo de duas
academias e duas associações, mas frequento eventualmente outras tantas. É um
meio em que me sinto bem, à vontade.
Nome da obra
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Data e motivo do início da
escrita ou da ideia de reunir textos escritos em épocas diferentes?
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Data da Publicação
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Pensamentos meus
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O sonho de escrever um livro
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1996
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Ilusões
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Vi de fato a possibilidade de
uma carreira literária
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1998
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Sementes ao Vento
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Comecei a enxergar mais
maturidade nos meus poemas, contos e reflexões.
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2005
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Semeando... da Semente ao Fruto da Vida!
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Dando sequência ao projeto
literário
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2012
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O que assimilou de
lições sobre escrever e publicar e que deseja transmitir para os que começaram
a escrever recentemente?
Escrever um livro não é algo
fácil, mas também não tão inatingível. Organizei
uma pequena cartilha para orientar e incentivar iniciantes nessa tarefa do 1.o
livro. Através dessa modesta orientação, cerca de umas 15 pessoas já
“ingressaram nas letras”. A primeira lição que a publicação de um livro pode
oferecer é a da humildade. O prazer de publicar algo é imenso, mas não deve
servir para achar que isso nos faz superiores. Isso vale tanto para a literatura
como nas demais conquistas da vida. A literatura nos faz conhecer pessoas
interessantes, aumentar o leque de novos conhecimentos e colocar a imaginação e
a criatividade em prática. Isso não tem preço! Semana passada, ouvi de um leitor: “Paulo
esse teu 4.o livro (Semeando...) parece um livro de autoajuda!” Isso também não
tem preço!
O que achou das questões que enviei a você, pedindo para respondê-las para o blog?
Querida Edna, estou há cerca de três horas escrevendo e parece que o tempo não passou, tamanha é a satisfação em responder perguntas tão interessantes e tão bem elaboradas. Muito grato por isso! E siga incentivando pessoas na empolgante arte da literatura. Parabéns!
O livro Semeando... da Semente ao Fruto da Vida!
O livro Semeando... da Semente ao Fruto da Vida!
Em 13 de setembro de 2012, estive no lançamento do quarto livro de Paulo Berri, no Lira Tênis Clube, sito à rua Felipe Schmidt, 636, em Florianópolis. Eis mais um ganho para quem desfruta da leitura de poemas.
O poeta é catarinense de coração e acaba de nos brindar com: Semeando... da Semente ao Fruto da Vida! A poética de Paulo é consciente de seus recursos, sendo apropriada para desenvolver o gosto pela leitura. Como me dedico à Literatura e costumo compartilhar para usufruir mais intensamente, socializo essa inefável experiência como leitora, deixando aqui algumas pistas.
A primeira pista é sobre o uso da metalinguagem, ou seja, sobre a referência à linguagem poética feita no próprio texto poético. Poemas da coletânea Semeando... da Semente ao Fruto da Vida fazem referência: à rima, à inspiração poética, ao fluxo da inspiração e à temática poética.
Na tradição literária de língua portuguesa, o tipo mais comum de rima é uma homofonia externa constante da repetição da última vogal tônica do verso e dos fonemas que eventualmente a seguem. Na obra, a rima é tema do poema: Desafio: O Poeta X a Rima (P 24). Já a identificação de um momento poético vivido pelo autor e a consequente definição do que é um tema poético comparecem em: O Nascer da... ( P 36); Será Poema? (P 42). E sobre o fluxo da inspiração: Singelo Traço (porém único), à página 44 da obra. A temática poética é contemplada em: O final: Você Decide! (P 43).
A segunda pista é sobre o uso da aliteração (Figura de linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso, especialmente as sílabas tônicas.Valoriza musicalmente o texto poético, sublinhando os valores expressivos mais singulares e inventivos). São exemplos: SSSusssurrosss (P 22); SSSSentimental (P 85).
A terceira pista mostra que um poeta se faz também pela leitura de outros e para tal ilustro com a homenagem que Paulo Berri prestou ao poeta Carlos Drumond de Andrade com o poema de título: Mineirinho Famoso (P 45).
A quarta pista aponta para a construção gráfica de um poema. Citando Paschoal A. Ptsica (Academia Catarinense de Letras) “a expressão mais verdadeira da criação poética de Paulo Berri” encontra-se na “criatividade visual no jogo da construção gráfica dos poemas”, a exemplo dos poemas intitulados: Erupção (P 27); Noção de Espaço (P 29); Formas (P 32); Sinuosa Estrada (P 123).
A quinta pista expõe uma faceta interativa da obra: frequentemente há um apelo ao leitor que pode ser exemplificado pela última estrofe de: O final: Você Decide!.
A sexta pista revela que a leitura dessa obra é prazerosa o que tem a ver 'de per si' com a possibilidade de colaborar no desenvolvimento do gosto pela leitura.
A última pista (até o momento) é sobre onde o leitor pode solicitar a aquisição de seu exemplar: www.pauloberri.com.br
A última pista (até o momento) é sobre onde o leitor pode solicitar a aquisição de seu exemplar: www.pauloberri.com.br
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