quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Mais médicos - verbete de O setênio (MEROLA, 2024)

A leitura de O setênio (MEROLA, 2024) convoca a indagar sobre o binômio democracia X fascismo. Necessário informar que a autora construiu um "Rol necessário" cuja apresentação em ordem alfabética, neste blog, iniciou em 01 de dezembro de 2024.

Mais médicos  programa da área da saúde que contratou médicos cubanos para suprir a demanda de tais profissionais em regiões longínquas do Brasil.


MEROLA, E. D. Português para quem? In O Setênio. TãoLivros, 2024, pp 55-56.

 Português para quem?

 

Numa famosa rede social há um grupo que vou identificar aqui pelo nome fictício "Português para quem...".

[...]

 os comentários mais aterrorizantes foram sobre o tema de redação da prova do ENEM realizada no dia 13/11/2022. O tema remontou aos povos tradicionais. Os participantes do grupo que opinaram diziam ser contrários a esse tipo de tema. Não havia informação de suas profissões, mas pela qualidade de sua escrita podia-se inferir que não cursaram a universidade.

A certa altura, uma "agrupada" escreveu uma frase classista:

Afinal, quem é esse povo?

Após ferver, dei um tempo. E já na minha página, respondi:

Esse povo é aquele que preferia dar vida a Jesus, ao invés de Barrabás.

[...]

É um povo ribeirinho cujos ancestrais morreram de malária, tifo, dengue. Perderam seus bebês para o sarampo, a fome, e a catapora; enquanto Verde Amarelentos tinham crises histéricas por causa da participação dos médicos cubanos no programa Mais Médicos.

 

ADENDO I O Setênio (MEROLA, TãoLivros, 2024)

Uma personagem septuagenária confessa suas impressões sobre o setênio inaugurado em janeiro de 2016 e vivenciado até oito de janeiro de 2023 como se “tivesse quebrado um espelho” e, em consequência, tivesse “sete anos de azar”. Ao perceber que a história da república brasileira é marcada pela militarização, desencanta-se e se volta para sua ferida narcísica.  Lembranças em torno do uso de casacos vermelhos e da escolha vocacional mesclam-se com percepções sobre as campanhas presidenciais de 2018 e 2022. Por meio de personagens ficcionais comparecem aqueles que abatem os demais e os afrontam com ilicitudes. Pela caricatura, desenha a naturalização do personalismo nos atos em prol da ditadura. Retrata o apelo às teorias conspiratórias que abusam da boa-fé e da religiosidade, e redes sociais que se empenham em impedir reflexões sobre educação, cultura e sociopolítica. Desenha um contexto político pedagógico apartado de princípios constitucionais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário