A leitura de O setênio (MEROLA, 2024) convoca a indagar sobre o binômio democracia X fascismo. Necessário informar que a autora construiu um "Rol necessário" cujo recorte é apresentado em ordem alfabética, neste blog, ao longo do mês de dezembro de 2024.
Delação premiada – instituída em 2013, trata-se da diminuição da pena ou desconto no valor “desviado” pelo suposto réu da Lava Jato que entregasse seus companheiros. Usada nas apurações de 17 de março de 2014 a 1 de fevereiro de 2021. Historicamente ligada ao lavajatismo que teve por consequências o impeachment de uma presidenta e a prisão de um ex presidente.
Desde o começo da operação Lava Jato tive a premonição de que delação premiada ia dar em *erda! (O setênio. Confissão. p 20)
Esgar Cia foi deputado estadual em 2000; em 2016 fez uma dívida astronômica em jogo de pôquer, e recentemente é empresário do ramo (gagueja) da... de... delação premiada. (O setênio. Evento Pop. p 63)
ADENDO: O livro O setênio
Uma personagem septuagenária confessa suas impressões sobre o setênio inaugurado em 2016 e vivenciado como se “tivesse quebrado um espelho” e, em consequência, tivesse “sete anos de azar”. Ao perceber que a história da república brasileira é marcada pela militarização, desencanta-se e se volta para sua ferida narcísica. Lembranças em torno do uso de casacos vermelhos e da escolha vocacional mesclam-se com percepções sobre as campanhas presidenciais de 2018 e 2022. Por meio de personagens ficcionais comparecem aqueles que abatem os demais e os afrontam com ilicitudes. Pela caricatura, apresenta a naturalização do personalismo nos atos em prol da ditadura. Retrata o apelo às teorias conspiratórias que abusam da boa-fé e da religiosidade, e redes sociais que se empenham em impedir reflexões sobre educação, cultura e sociopolítica. Desenha um contexto político pedagógico apartado de princípios constitucionais.
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