A leitura de O setênio convoca a indagar sobre o binômio democracia X fascismo. Necessário informar que a autora construiu um "Rol necessário" cujo recorte é apresentado em ordem alfabética neste blog, ao longo do mês de dezembro de 2024.
Extrema direita ou Extrema destra – liderada por políticos, empresários, policiais rodoviários e militares que afirmavam que havia fraude nas urnas eletrônicas e queriam o voto “auditável” (o que, na prática, equivaleria ao voto de “cabresto”). Eram simpatizantes do fechamento do Congresso Nacional. Apoiaram os caminhoneiros que fecharam estradas e ocuparam a frente de quartéis. Planejavam a volta da ditadura e incentivaram populares a invadir e depredar os prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, numa tentativa de golpe contra o regime democrático. Houve políticos que usaram a tribuna em defesa da transformofobia.
Em 2018, também adivinhei que o candidato da extrema direita era um azarão. (MEROLA, TãoLivros, 2024, p 20)
Depois da vitória da democracia nas urnas, em 2022, fica o lixo narrativo deixado pelo circo de horrores da extrema destra. (MEROLA, TãoLivros, 2024, p 24)A passagem dos 62 dias posteriores ao segundo turno das eleições presenciais e obviamente antecedentes à posse do vencedor, estabeleceram-se no país jogos narrativos que demarcavam duas realidades paralelas: a dos democratas e a da extrema direita (ou vice-versa!). (MEROLA, TãoLivros, 2024, p 86)
ADENDO O Setênio (MEROLA, TãoLivros, 2024)
Uma personagem septuagenária confessa suas impressões sobre o setênio inaugurado em janeiro de 2016 e vivenciado até oito de janeiro de 2023 como se “tivesse quebrado um espelho” e, em consequência, tivesse “sete anos de azar”. Ao perceber que a história da república brasileira é marcada pela militarização, desencanta-se e se volta para sua ferida narcísica. Lembranças em torno do uso de casacos vermelhos e da escolha vocacional mesclam-se com percepções sobre as campanhas presidenciais de 2018 e 2022. Por meio de personagens ficcionais comparecem aqueles que abatem os demais e os afrontam com ilicitudes. Pela caricatura, desenha a naturalização do personalismo nos atos em prol da ditadura. Retrata o apelo às teorias conspiratórias que abusam da boa-fé e da religiosidade, e redes sociais que se empenham em impedir reflexões sobre educação, cultura e sociopolítica. Desenha um contexto político pedagógico apartado de princípios constitucionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário