segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Verbete com "B" em O Setênio

 A leitura de O setênio convoca a indagar sobre o binômio democracia X fascismo. Necessário informar que a autora construiu um "Rol necessário" cuja apresentação em ordem alfabética, neste blog, iniciou em 01 de dezembro de 2024. 

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Baderneiros – Extremistas de direita que, em 2022, acamparam frente a quartéis do exército brasileiro. Autodenominaram-se patriotas e apoiaram a intentona de 08/01/2023. Chamados de “patriotários” por Edu Krieger (roteirista e músico) numa paródia. O termo passou a ser amplamente empregado pelos progressistas. Os patriotários patricavam o personalismo ou culto exacerbado e cego à pessoa do presidente em exercício 2019-2022.

Uma sobrevivente do setênio (MEROLA, 2024. P 17)

 No dia primeiro de janeiro de 2023, houve a festa da posse presidencial, em Brasília. Estive lá, de corpo presente! E voltei ilesa! Não vou dizer que não tive medo de ser surpreendida negativamente pelos baderneiros que acampavam frente aos quartéis em protesto contra a democracia.

Nossa república começou com o Marechal que os oligarcas chamaram para ocupar o lugar do Imperador deposto. Já o segundo presidente, conhecido por Marechal de Ferro, inaugurou a prática do culto à personalidade do mandante. Tal personalismo, à época, foi denominado florianismo. Fato é que tal pessoa se negou a passar a faixa presidencial para o civil que o sucedeu.

O último dentre os presidentes da ditadura civil e militar instalada com o golpe de 1964  também se negou a passar a faixa presidencial ao civil que o sucedeu.

Tempos passam e nomes se vão... Práticas mudam?

– Por que um civil eleito pelas urnas eletrônicas, em 2018, negar-se-ia a passar a faixa para o rival que o derrotou nas mesmas urnas em 2022?

– Coisas da caserna! Ou talvez o derrotado quisesse ser Imperador?


ADENDO

O livro O Setênio

Uma personagem septuagenária confessa suas impressões sobre o setênio inaugurado em 2016 e vivenciado como se “tivesse quebrado um espelho” e, em consequência, tivesse “sete anos de azar”. Ao perceber que a história da república brasileira é marcada pela militarização, desencanta-se e se volta para sua ferida narcísica.  Lembranças em torno do uso de casacos vermelhos e da escolha vocacional mesclam-se com percepções sobre as campanhas presidenciais de 2018 e 2022. Por meio de personagens ficcionais comparecem aqueles que abatem os demais e os afrontam com ilicitudes. Pela caricatura, apresenta a naturalização do personalismo nos atos em prol da ditadura. Retrata o apelo às teorias conspiratórias que abusam da boa-fé e da religiosidade, e redes sociais que se empenham em impedir reflexões sobre educação, cultura e sociopolítica. Desenha um contexto político pedagógico apartado de princípios constitucionais. 


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